Like Intel before it, AMD blames motherboard makers for burnt-out CPUs

CATEGORIA: Tecnologia
DATA: 15/08/2025 – 10h00

TÍTULO: AMD Atribui Falhas em Processadores X3D a Configurações Inadequadas de Placas-Mãe
SLUG: amd-atribui-falhas-processadores-x3d-configuracoes-inadequadas-placas-mae

CONTEÚDO:

A AMD, uma das principais fabricantes de processadores globais, manifestou-se publicamente sobre os recentes problemas que afetaram alguns de seus chips da série Ryzen X3D. A empresa atribuiu a causa das falhas, que incluem desde a incapacidade de inicialização até a queima física dos componentes, a fabricantes de placas-mãe que, segundo a AMD, não estariam seguindo as especificações e diretrizes oficiais de BIOS recomendadas. A declaração surge em meio a um crescente número de relatos de usuários que enfrentaram problemas com seus processadores, gerando preocupação na comunidade de entusiastas de hardware.

Os processadores Ryzen da série X3D da AMD conquistaram uma popularidade significativa entre os jogadores de PC. Essa preferência se deve, em grande parte, ao benefício desproporcional que esses chips oferecem em jogos eletrônicos, graças à sua memória cache L3 adicional de 64MB. Essa arquitetura de cache expandida permite um acesso mais rápido e eficiente aos dados frequentemente utilizados pelos jogos, resultando em um desempenho superior e uma experiência de jogo mais fluida e responsiva. A capacidade de processar grandes volumes de informações com menor latência é um diferencial competitivo que posicionou os chips X3D como uma escolha de alto valor para quem busca maximizar a performance em ambientes de entretenimento digital.

No entanto, essa vantagem de desempenho veio acompanhada de desafios inesperados para alguns dos primeiros usuários. Pouco tempo após o lançamento dos chips no início deste ano, diversos consumidores começaram a relatar uma série de problemas com suas unidades de processamento central (CPUs). As falhas observadas variaram em gravidade, desde a incapacidade completa de inicializar o sistema, um cenário conhecido como “falha de boot”, até danos físicos mais severos e visíveis. Em casos extremos, os processadores apresentaram sinais de superaquecimento crítico, incluindo carbonização e marcas de queimadura, indicando um processo de “queima” ou “burnout” do componente. Esses incidentes não apenas resultaram na inutilização dos chips, mas também levantaram questões sobre a durabilidade e a segurança dos produtos.

Os problemas foram particularmente notados entre os usuários do processador 9800X3D, especialmente quando combinado com placas-mãe da fabricante ASRock. A concentração de relatos envolvendo essa combinação específica de hardware chamou a atenção da comunidade online. Um tópico dedicado no fórum Reddit, por exemplo, documenta atualmente 157 incidentes de falha para o modelo de CPU 9800X3D, abrangendo diversas placas-mãe da ASRock. Essa compilação de casos em uma plataforma pública serviu como um indicativo da extensão do problema, fornecendo uma base de dados para a análise e o acompanhamento da situação por parte dos usuários e da própria indústria.

Em uma entrevista concedida ao site coreano Quasar Zone, executivos da AMD, David McAfee e Travis Kirsch, abordaram abertamente as questões. Durante a conversa, que foi posteriormente repercutida por veículos especializados como o Tom’s Hardware, os representantes da AMD reconheceram a existência dos problemas relatados pelos usuários. Mais importante, eles apontaram para o que consideram ser o principal culpado por essas ocorrências: fabricantes de placas-mãe que, segundo a empresa, não estariam seguindo as diretrizes e especificações oficiais estabelecidas pela AMD para as configurações de BIOS. Essa declaração direcionou a responsabilidade para os parceiros de hardware, sugerindo que a não conformidade com os padrões técnicos da AMD seria a raiz das falhas.

A explicação da AMD baseia-se em uma prática que, segundo a empresa, é observada em alguns fabricantes de hardware. Historicamente, certas empresas têm enviado suas placas-mãe, tanto para plataformas AMD quanto Intel, com configurações de energia padrão elevadas. O objetivo por trás dessa estratégia é extrair um desempenho marginalmente superior dos chips, buscando oferecer aos consumidores uma pequena vantagem em testes de benchmark e em aplicações que demandam alta performance. Essa otimização, embora possa parecer benéfica à primeira vista, envolve o ajuste de parâmetros como voltagem e corrente para níveis que excedem as recomendações padrão dos fabricantes de processadores. A intenção é “espremer” um pouco mais de performance dos componentes, mas essa abordagem pode ter consequências adversas.

Os executivos da AMD enfatizaram que, embora essas configurações ajustadas possam, em alguns cenários, proporcionar um ganho de desempenho, elas também podem ser a causa de problemas significativos. A elevação dos parâmetros de energia além dos limites seguros e recomendados pode submeter os processadores a um estresse térmico e elétrico excessivo. Esse estresse é particularmente crítico para CPUs de alto desempenho, como os modelos da série X3D, que já operam em condições exigentes. A sobrecarga pode comprometer a integridade estrutural e eletrônica do chip, levando a falhas prematuras, instabilidade do sistema e, nos casos mais graves, a danos físicos irreversíveis, como a queima do componente. A AMD reitera que a aderência às suas especificações é crucial para garantir a estabilidade e a longevidade dos processadores.

É importante notar que o soquete AM5 da AMD já enfrentou uma situação semelhante no passado recente. Pouco depois de seu lançamento, no início de 2023, alguns processadores Ryzen 7000-series X3D começaram a apresentar deformações físicas. Esses chips desenvolviam protuberâncias na parte inferior, o que não apenas danificava permanentemente o próprio CPU, mas também podia entortar os pinos do soquete da placa-mãe. Essa anomalia estrutural impedia o encaixe correto do processador e comprometia a comunicação com a placa-mãe, resultando na inutilização de ambos os componentes. A integridade física do processador é fundamental para o seu funcionamento adequado, e qualquer alteração nessa estrutura pode ter consequências catastróficas para o sistema.

Naquela ocasião, a AMD também atribuiu o problema a configurações incorretas de voltagem em algumas placas-mãe. Em resposta à crise, a empresa agiu rapidamente, lançando atualizações de BIOS que impunham mais limitações aos níveis de voltagem. Essas atualizações foram projetadas para garantir que os processadores operassem dentro de parâmetros seguros, prevenindo o superaquecimento e a deformação física. A medida visava restaurar a confiança dos consumidores e assegurar a estabilidade da plataforma AM5. A repetição de um cenário onde as configurações de energia das placas-mãe são apontadas como causa de falhas nos processadores AMD sugere uma persistência no desafio de garantir a conformidade dos parceiros de hardware com as diretrizes da fabricante de chips.

A situação atual com os chips X3D da série Ryzen, portanto, ecoa os desafios enfrentados anteriormente com a plataforma AM5. A AMD continua a enfatizar a importância de que os fabricantes de placas-mãe sigam rigorosamente as suas especificações técnicas. A empresa busca garantir que os usuários possam desfrutar do desempenho superior de seus processadores sem o risco de falhas prematuras ou danos aos componentes. A comunicação clara e a cooperação entre a AMD e seus parceiros de hardware são consideradas essenciais para resolver esses problemas e manter a integridade e a reputação da plataforma Ryzen no mercado de componentes de PC.

Com informações de Ars Technica

Fonte: https://arstechnica.com/gadgets/2025/08/like-intel-before-it-amd-blames-motherboard-makers-for-burnt-out-cpus/

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