FDA approves updated covid vaccines, but with severe new limits

TÍTULO: Agência Reguladora de Medicamentos dos EUA Aprova Vacinas Atualizadas Contra COVID-19 com Novas Restrições e Demissão de Diretora do CDC Gera Controvérsia
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A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) concedeu aprovação para a nova rodada de vacinas contra a COVID-19, desenvolvidas pela Pfizer, Moderna e Novavax. A decisão, anunciada na quarta-feira, estabelece novas e significativas limitações para a elegibilidade da vacinação. Paralelamente a este desenvolvimento, um relatório do jornal The Washington Post indicou a demissão da diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Susan Monarez, gerando uma série de declarações conflitantes e levantando questões sobre a direção das políticas de saúde pública no país.

As vacinas atualizadas receberam autorização para uso em idosos com 65 anos ou mais. Para indivíduos com idade inferior a 65 anos, a aprovação da FDA especifica que a vacinação é destinada apenas a pessoas que possuam “pelo menos uma condição subjacente que as coloque em alto risco de resultados graves da COVID-19”. Esta diretriz representa uma mudança substancial nas recomendações anteriores, focando a administração das doses em grupos considerados mais vulneráveis a complicações da doença.

Além das restrições para adultos, a FDA também revogou completamente uma opção de vacinação para crianças. A autorização de uso emergencial da vacina da Pfizer para crianças com menos de 5 anos de idade foi retirada, eliminando essa alternativa para o grupo etário mais jovem. Esta medida altera o panorama da vacinação pediátrica contra a COVID-19 nos Estados Unidos, impactando pais e profissionais de saúde que atendem essa faixa etária.

Controvérsia na Liderança do CDC

Pouco depois do anúncio das novas diretrizes da FDA, o jornal The Washington Post publicou um relatório afirmando que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) haviam destituído sua diretora, Susan Monarez. A notícia rapidamente ganhou repercussão e foi confirmada por uma publicação no X (anteriormente Twitter) do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS).

O HHS é atualmente liderado por Robert F. Kennedy Jr., descrito como um “cruzado antivacina de longa data”. A confirmação da demissão por parte do departamento sob sua liderança adicionou uma camada de complexidade à situação, dada a postura pública de Kennedy em relação às vacinas.

No entanto, a narrativa sobre a saída de Monarez foi contestada por seus representantes legais. Mark Zaid, um dos advogados que representa Monarez, respondeu publicamente através de uma postagem no Bluesky (Bsky), afirmando que “a Dra. Monarez não renunciou nem foi demitida ainda. Ela não renunciará”. A declaração de Zaid foi acompanhada de um comunicado oficial, assinado por ele e por Abbe David Lowell, também advogado de Monarez.

O comunicado, datado de 27 de agosto de 2025, às 19h03 ET, detalhou a posição da diretora. Segundo os advogados, “primeiro foram os comitês consultivos independentes e os especialistas de carreira. Depois foi a demissão de cientistas experientes. Agora, o Secretário Kennedy e o HHS voltaram suas atenções para instrumentalizar a saúde pública para ganho político e colocar milhões de vidas americanas em risco”.

A declaração prosseguiu, afirmando que “quando a Diretora do CDC, Susan Monarez, recusou-se a carimbar diretrizes não científicas e imprudentes e a demitir especialistas dedicados em saúde, ela escolheu proteger o público em vez de servir a uma agenda política. Por isso, ela foi alvo. A Dra. Monarez não renunciou nem recebeu notificação da Casa Branca de que foi demitida, e como pessoa íntegra e dedicada à ciência, ela não renunciará”. Este posicionamento direto dos advogados de Monarez indica uma disputa em andamento sobre sua posição no CDC.

O jornal The Washington Post, em sua reportagem, detalhou que Monarez foi “pressionada por dias” por Kennedy sobre seu apoio à reformulação das políticas da FDA. Esta pressão, conforme o veículo, teria sido um fator central na controvérsia em torno de sua permanência na liderança do CDC.

Impacto e Renúncias no CDC

A turbulência na liderança do CDC não se limitou à situação de Susan Monarez. O The Washington Post também informou que pelo menos três altos funcionários do CDC anunciaram planos de renúncia. Entre os nomes citados estão Demetre Daskalakis, diretor do Centro Nacional de Imunização e Doenças Respiratórias, e Debra Houry, diretora médica da agência. As saídas desses profissionais de alto escalão podem indicar um impacto significativo na estrutura e nas operações do CDC, especialmente em áreas cruciais como a imunização e a resposta a doenças respiratórias.

Contexto das Mudanças nas Recomendações de Vacinação

As recentes aprovações da FDA e as controvérsias no CDC ocorrem em um contexto de mudanças mais amplas nas políticas de vacinação contra a COVID-19 nos Estados Unidos. Em maio, o governo já havia sinalizado uma atualização nas recomendações, removendo gestantes saudáveis e crianças da lista de pessoas para as quais a vacina contra a COVID-19 era recomendada. Essa alteração prévia, conforme relatado pela CNN em junho de 2025, já havia impedido algumas pessoas de serem vacinadas, evidenciando o impacto direto das diretrizes governamentais na acessibilidade e aceitação das vacinas.

Em uma publicação no X, o Secretário do HHS, Robert F. Kennedy Jr., afirmou que as ações tomadas visam “manter as vacinas disponíveis para as pessoas que as desejam, especialmente os vulneráveis”. No entanto, as novas diretrizes da FDA, que exigem que milhões de americanos comprovem estar em risco para serem elegíveis à vacinação, podem, na prática, criar um obstáculo adicional no processo de imunização. A necessidade de apresentar provas de condições subjacentes pode dificultar o acesso à vacina para uma parcela significativa da população.

Potenciais Impactos na Acessibilidade e Futuras Decisões

O jornal The New York Times reportou que uma decisão futura do CDC pode ter um impacto direto na disponibilidade e no acesso às vacinas em farmácias. A legislação em alguns estados exige a recomendação do CDC para que o pessoal das farmácias possa administrar as doses. Se o CDC alterar suas recomendações de forma a restringir ainda mais a elegibilidade ou os locais de administração, isso poderia limitar significativamente onde e como os cidadãos podem receber as vacinas.

Este cenário é agravado por ações anteriores do Secretário Kennedy. Conforme noticiado no mês anterior, Kennedy demitiu 17 pessoas do comitê federal (ACIP) responsável por fazer as recomendações de vacinas. A composição e a independência deste comitê são cruciais para a formulação de políticas de vacinação baseadas em evidências científicas, e as mudanças em sua estrutura podem influenciar as futuras diretrizes do CDC e, consequentemente, o acesso público às vacinas.

As recentes aprovações da FDA com restrições, a controvérsia em torno da liderança do CDC e as potenciais mudanças futuras nas políticas de vacinação indicam um período de transição e incerteza para a saúde pública nos Estados Unidos, com implicações diretas para a população em relação à prevenção da COVID-19.

Com informações de The Verge

Fonte: https://www.theverge.com/news/767208/fda-covid-vaccine-approval-rfk-cdc-director-susan-monarez

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