Trump admin dismisses Endangered Species List as “Hotel California”

CATEGORIA: Meio Ambiente
DATA: 01/08/2025 – 10h00

TÍTULO: Administração Trump Caracteriza Lista de Espécies Ameaçadas como “Hotel Califórnia”
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CONTEÚDO:

O Secretário do Interior dos Estados Unidos, Doug Burgum, associou recentemente a Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do país à metáfora do “Hotel Califórnia”, uma referência à icônica canção da banda Eagles. A comparação, feita no contexto da administração Trump, sugere uma visão crítica sobre a dificuldade e a permanência de espécies uma vez que são incluídas neste importante instrumento de conservação ambiental.

A expressão “Hotel Califórnia” evoca a famosa canção lançada em 1976 pela banda de rock americana Eagles. A letra da música descreve um local fictício com o enigmático refrão: “Você pode fazer o check-out a qualquer hora que quiser, mas nunca poderá ir embora”. Don Henley, um dos vocalistas e compositores da banda, já afirmou em entrevistas que a canção e o lugar que ela descreve são abertos a “milhões de interpretações”, o que confere à metáfora uma vasta aplicabilidade em diferentes contextos.

No cenário da política ambiental americana, a referência de Burgum aponta para a percepção de que, uma vez que uma espécie é listada como ameaçada ou em perigo, o processo para sua eventual remoção da lista se torna excessivamente complexo e demorado. Esta caracterização alinha-se a uma perspectiva mais ampla da administração Trump, que tem buscado revisar e, em alguns casos, reformar regulamentações ambientais federais.

A Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção é um componente fundamental da Lei de Espécies Ameaçadas (Endangered Species Act – ESA) dos Estados Unidos, promulgada em 1973. Esta legislação é considerada uma das mais abrangentes e importantes ferramentas de conservação do país, com o objetivo de proteger e recuperar espécies de plantas e animais que estão em risco de extinção, bem como os ecossistemas dos quais dependem. A ESA estabelece um processo rigoroso para a listagem de espécies, que envolve avaliações científicas detalhadas sobre o status populacional, ameaças e requisitos de habitat.

Uma vez listada, uma espécie recebe proteções legais significativas, incluindo a proibição de “tomada” (que abrange ações como matar, ferir ou assediar) e a exigência de que agências federais consultem o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (U.S. Fish and Wildlife Service – FWS) ou o Serviço Nacional de Pesca Marinha (National Marine Fisheries Service – NMFS) antes de empreenderem ações que possam afetar a espécie ou seu habitat crítico. O objetivo primordial é permitir que as populações se recuperem a níveis sustentáveis.

O cerne da comparação de Burgum com o “Hotel Califórnia” reside na fase de “saída” da lista. Para que uma espécie seja removida da Lista de Espécies Ameaçadas, ela deve demonstrar que se recuperou a ponto de não estar mais em perigo de extinção em toda ou em uma parte significativa de sua área de ocorrência. Este processo de “deslistagem” exige evidências científicas robustas de recuperação, muitas vezes envolvendo décadas de esforços de conservação, monitoramento populacional e gestão de habitat.

A complexidade e a duração necessárias para atingir os critérios de recuperação são frequentemente citadas como um desafio por críticos da lei. A percepção é que o sistema é mais eficaz em listar espécies do que em formalizar suas recuperações bem-sucedidas. A analogia de Burgum sublinha a visão de que, mesmo quando os esforços de conservação resultam em melhorias substanciais para uma espécie, a burocracia e os requisitos legais para sua remoção da lista podem ser proibitivos, mantendo-a em um estado de “proteção perpétua” que pode não ser mais necessário.

A administração Trump, durante seu mandato anterior e em potenciais futuros mandatos, tem manifestado repetidamente a intenção de revisar e, em alguns casos, reformar regulamentações ambientais federais. A perspectiva de que a Lei de Espécies Ameaçadas impõe encargos excessivos ou restrições indevidas ao desenvolvimento econômico e ao uso da terra tem sido um tema recorrente. As declarações do Secretário Burgum se alinham a essa visão, sugerindo que a eficácia da ESA poderia ser aprimorada através de um processo mais ágil e eficiente para a remoção de espécies que já alcançaram seus objetivos de recuperação.

A crítica não se dirige à intenção da lei de proteger a biodiversidade, mas sim à sua operacionalização e à flexibilidade percebida no gerenciamento do ciclo de vida das espécies na lista. Como Secretário do Interior, Doug Burgum supervisiona o Departamento do Interior dos EUA, que é responsável por gerenciar a maior parte das terras e recursos naturais federais do país, incluindo a administração de parques nacionais, refúgios de vida selvagem e a implementação de leis como a ESA através de agências como o FWS. Suas declarações sobre a Lista de Espécies Ameaçadas refletem uma visão estratégica sobre a gestão ambiental e a política de conservação que pode influenciar futuras abordagens regulatórias e administrativas.

A discussão sobre a “saída” de espécies da lista é um ponto crucial para aqueles que buscam um equilíbrio entre a conservação e outras prioridades, como o desenvolvimento econômico e a simplificação regulatória, e a analogia do “Hotel Califórnia” serve para ilustrar essa perspectiva dentro da administração.

Com informações de Ars Technica

Fonte: https://arstechnica.com/science/2025/08/trump-admin-dismisses-endangered-species-list-as-hotel-california/

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