CATEGORIA: Tecnologia Corporativa
DATA: 27/05/2024 – 10h00
TÍTULO: Microsoft Demite Mais Dois Funcionários Após Protestos Relacionados à Palestina na Sede da Empresa
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CONTEÚDO:
A Microsoft confirmou a demissão de mais dois funcionários que participaram de recentes manifestações contra os contratos da empresa com o governo e o exército de Israel. Os colaboradores, identificados como Nisreen Jaradat e Julius Shan, foram desligados em conexão com os protestos que incluíram a montagem de acampamentos na sede da Microsoft. A informação foi divulgada por Hossam Nasr, um dos organizadores do grupo ativista “No Azure for Apartheid”.
Essas demissões ocorrem em um contexto de crescente tensão e seguem o desligamento de outros dois funcionários na noite anterior. Estes últimos foram dispensados por seu envolvimento em um protesto que levou membros do grupo a invadir um dos edifícios da empresa e a transmitir ao vivo de dentro do escritório de Brad Smith, presidente da Microsoft. As ações dos manifestantes têm sido uma constante fonte de preocupação para a corporação, que busca gerenciar a insatisfação interna e externa relacionada às suas operações.
Nisreen Jaradat, uma das funcionárias recém-demitidas, já havia se manifestado anteriormente de forma notável. Ela enviou um e-mail em massa para diversos colegas dentro da Microsoft, expressando seu descontentamento e afirmando estar “farta” do tratamento que recebia como trabalhadora palestina. Essa comunicação interna, que contornou as restrições impostas pela empresa sobre a linguagem utilizada em discussões internas a respeito da Palestina e de Gaza, demonstrava uma postura ativa e crítica em relação às políticas da companhia.
Ações do Grupo “No Azure for Apartheid”
O grupo “No Azure for Apartheid” tem intensificado suas ações públicas contra a Microsoft ao longo do ano. As manifestações não se limitaram a protestos na sede, mas incluíram interrupções diretas em eventos corporativos. Em diversas ocasiões, durante a primavera do hemisfério norte, membros do grupo interromperam executivos da Microsoft em apresentações que eram transmitidas ao vivo. Essas intervenções visavam chamar a atenção para a pauta dos contratos da empresa com entidades israelenses, buscando visibilidade para suas reivindicações.
Mais recentemente, o coletivo tentou ocupar uma praça localizada nas instalações da sede da Microsoft. Após serem removidos pelas autoridades, os manifestantes retornaram ao local no dia seguinte, montando barracas e mesas. Durante essa segunda ação, eles derramaram tinta vermelha sobre um dos sinais da Microsoft, em um ato simbólico de protesto. Esse incidente resultou na prisão de 18 pessoas, evidenciando a escalada das tensões e a firmeza das autoridades em lidar com as ocupações.
Os protestos culminaram, na terça-feira, com a demonstração no escritório do presidente Brad Smith, que levou às demissões mais recentes. A série de eventos sublinha a persistência do grupo em manter a pressão sobre a Microsoft para que reavalie seus contratos e posicionamentos em relação ao conflito na região.
Resposta da Microsoft e Posição Oficial
Após o incidente no seu escritório, o presidente da Microsoft, Brad Smith, realizou uma coletiva de imprensa. Na ocasião, ele afirmou que a empresa está “trabalhando todos os dias” para investigar qualquer potencial uso indevido da plataforma Azure em Israel. Contudo, Smith foi enfático ao declarar que as ações dos manifestantes “não são aceitáveis”, indicando uma postura de desaprovação em relação aos métodos utilizados pelos ativistas.
Apesar da declaração de seu presidente, a Microsoft optou por não fornecer um comunicado oficial atribuível ao veículo de imprensa The Verge, que buscou um posicionamento da empresa sobre as demissões e os protestos. A recusa em emitir uma declaração formal reflete a sensibilidade e a complexidade da situação, que envolve questões geopolíticas e a gestão de relações com funcionários e ativistas.
As demissões de Nisreen Jaradat e Julius Shan, somadas às anteriores, marcam um ponto de inflexão na relação entre a Microsoft e os grupos ativistas que contestam suas parcerias comerciais. Os eventos recentes destacam a continuidade das manifestações e a postura da empresa em relação à conduta de seus funcionários em protestos de natureza política.
Com informações de The Verge
Fonte: https://www.theverge.com/microsoft/767841/microsoft-fires-two-more-protesters-no-azure-for-apartheid
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