Pete Parsons, que liderou a Bungie como CEO por uma década, anunciou sua saída da empresa. A transição de liderança foi comunicada em uma atualização na quinta-feira, onde Parsons indicou sua decisão de “passar a tocha” para Justin Truman, um desenvolvedor de longa data da Bungie.
A trajetória de Parsons na Bungie abrange mais de 20 anos, período durante o qual a empresa se consolidou como uma desenvolvedora de jogos de renome global. Ele assumiu a posição de CEO em 2014, após ter ocupado cargos de liderança como COO (Chief Operating Officer). Sob sua gestão, a Bungie navegou por fases cruciais, incluindo o lançamento e a evolução do universo Destiny.
Um dos marcos significativos da sua liderança foi o lançamento de Destiny 2 em 2017. Este título expandiu a franquia original, introduzindo novos mundos, personagens e mecânicas de jogo, e estabeleceu um modelo de “jogo como serviço” que a Bungie continuaria a aprimorar. A visão de Parsons para a Bungie incluiu o fortalecimento de uma organização de operações ao vivo independente, capaz de criar e publicar seus próprios jogos, uma estratégia que se mostrou fundamental para o crescimento contínuo da empresa no cenário da indústria de videogames.
A gestão de Parsons também supervisionou o desenvolvimento e lançamento de várias expansões importantes para Destiny 2, que mantiveram a base de jogadores engajada e expandiram a narrativa do jogo. A mais recente dessas expansões, A Forma Final (The Final Shape), representa um ponto culminante na saga de Destiny, encerrando um arco narrativo que se estendeu por uma década. O lançamento desta expansão foi um evento de grande expectativa para a comunidade de jogadores, demonstrando a capacidade da Bungie de sustentar um universo de jogo por um longo período.
Em 2022, a Bungie foi adquirida pela Sony Interactive Entertainment (SIE) por um valor de 3,6 bilhões de dólares. Esta aquisição representou um movimento estratégico significativo para ambas as empresas. Para a Sony, a incorporação da Bungie reforçou sua capacidade no setor de jogos como serviço e sua presença no desenvolvimento de títulos multiplataforma, uma vez que a Bungie mantém sua autonomia para publicar jogos em diversas plataformas. Para a Bungie, a parceria com a Sony ofereceu recursos adicionais e suporte para suas ambições de crescimento, mantendo sua cultura e independência criativa.
Apesar do sucesso e da aquisição, a Bungie enfrentou desafios nos últimos anos. Em outubro de 2023, a empresa realizou uma rodada de demissões, afetando aproximadamente 8% de sua força de trabalho, o que correspondeu a cerca de 100 funcionários. Em julho de 2024, uma nova rodada de cortes resultou na demissão de mais 220 funcionários. Essas ações ocorreram em um período de reestruturação mais ampla na indústria de jogos, com várias empresas ajustando suas operações e estratégias.
Além das reestruturações de pessoal, a Bungie também lidou com atrasos em seus projetos. O lançamento de Marathon, um novo jogo de tiro de extração que marca o retorno da Bungie a uma de suas franquias clássicas, foi adiado. O atraso foi atribuído ao feedback recebido durante os testes alfa, que indicaram a necessidade de mais tempo para refinar a experiência de jogo e atender às expectativas dos jogadores. Marathon representa um esforço da Bungie para diversificar seu portfólio além de Destiny e estabelecer uma nova propriedade intelectual de grande escala.
Outro incidente notável envolveu acusações de plágio de arte relacionadas a Marathon. Em maio, um artista alegou que a Bungie havia utilizado seu trabalho na arte promocional do jogo sem permissão. A empresa não emitiu um comunicado público detalhado sobre o assunto, mas tais alegações destacam os desafios e a complexidade na produção de grandes títulos de videogame e a gestão de ativos criativos.
Em sua declaração sobre a saída, Parsons refletiu sobre os marcos alcançados: “Passamos por tanta coisa juntos: lançamos um novo e ousado capítulo para Destiny, construímos uma invejável organização independente de operações ao vivo capaz de criar e publicar seus próprios jogos, e nos juntamos à incrível família da Sony Interactive Entertainment.” Esta declaração encapsula a visão e as conquistas que definiram sua década como CEO.
Justin Truman, o sucessor de Parsons, tem uma longa história com a Bungie, tendo ingressado na empresa em 2010. Ele ascendeu a Chief Development Officer (CDO) em 2022, uma posição que o colocou no centro do desenvolvimento de jogos da empresa. Como CDO, Truman desempenhou um papel fundamental na supervisão da produção de Destiny 2 e no planejamento estratégico para futuros títulos, incluindo Marathon.
Ao assumir o cargo de CEO, Truman expressou o foco atual da equipe: “Estamos atualmente dedicados” tanto a Marathon quanto a Destiny. Ele também indicou que “teremos mais para mostrar a vocês em ambos os mundos ainda este ano”, sinalizando a continuidade do desenvolvimento ativo e o compromisso da Bungie em entregar conteúdo novo e de alta qualidade para seus jogadores. A transição de liderança ocorre em um momento em que a Bungie está equilibrando o suporte contínuo para sua franquia principal com o desenvolvimento de novas experiências de jogo.
A nomeação de Truman como CEO é vista como uma continuidade da cultura e da direção estratégica da Bungie, dada sua profunda familiaridade com os projetos em andamento e a equipe de desenvolvimento. Sua experiência como CDO o preparou para liderar a empresa através dos desafios e oportunidades que se apresentam, incluindo a finalização de A Forma Final, o lançamento de Marathon e a exploração de novas iniciativas.
A Bungie, fundada em 1991, tem um legado notável na indústria de jogos, sendo responsável por franquias icônicas como Halo antes de se concentrar no universo Destiny. A empresa é conhecida por sua inovação em design de jogos, narrativa envolvente e tecnologia de ponta. A transição de liderança de Parsons para Truman representa um novo capítulo na história da empresa, com o objetivo de manter sua posição como uma das principais desenvolvedoras de jogos do mundo.
O foco da Bungie sob a nova liderança de Truman permanece na entrega de experiências de jogo memoráveis e na expansão de seus universos narrativos. A empresa continua a operar com uma visão de longo prazo para suas franquias, investindo em tecnologia e talento para garantir que seus jogos permaneçam relevantes e atraentes para uma base global de jogadores. A comunidade aguarda com expectativa os próximos anúncios e lançamentos sob a direção de Justin Truman.
A saída de Pete Parsons marca o fim de uma era de uma década de liderança na Bungie, caracterizada por crescimento, inovação e desafios. Sua contribuição para a empresa e para a indústria de jogos é amplamente reconhecida, tendo guiado a Bungie através de transformações significativas, desde a independência editorial até a parceria estratégica com a Sony. A transição para Justin Truman sinaliza uma fase de continuidade e renovação, com a Bungie mirando no futuro de suas aclamadas franquias e novos projetos.
Fonte: https://www.theverge.com/news/763895/bungie-ceo-pete-parsons-steps-down-destiny
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