Google reveals it isn’t making tablets, smart rings, flip phones, or glasses (yet)

A Google, uma das principais empresas de tecnologia global, tem delineado sua estratégia de hardware para os próximos anos, conforme revelado em entrevistas concedidas à Bloomberg. Enquanto a empresa continua a inovar com lançamentos como o Pixel 10, o Pixel 10 Pro Fold e o Pixel Watch 4, que competem diretamente com produtos da Samsung, ela também esclareceu quais categorias de dispositivos não estão atualmente em seu foco de desenvolvimento direto. As declarações de executivos da Google fornecem um panorama claro sobre as prioridades e as áreas onde a empresa opta por uma abordagem mais cautelosa ou por permitir que parceiros explorem o mercado.

A estratégia da Google demonstra uma seletividade no vasto universo dos dispositivos eletrônicos de consumo. Em vez de perseguir todas as tendências emergentes, a empresa parece concentrar seus recursos em segmentos específicos, ao mesmo tempo em que mantém uma vigilância sobre outras categorias para futuras oportunidades. Este posicionamento estratégico é fundamental para entender a direção do portfólio de hardware da Google e sua interação com o ecossistema Android mais amplo.

Smartphones Dobráveis no Formato “Flip”

A Google declarou que não tem planos de entrar no segmento de smartphones dobráveis no formato “flip” no momento. Este tipo de dispositivo, que se dobra verticalmente como os clássicos Motorola Razr, tem ganhado destaque no mercado, com fabricantes como Samsung e Motorola lançando modelos que atraem consumidores em busca de um design compacto e inovador. Apesar da crescente popularidade e da exploração de novas formas por parte de seus parceiros, a Google optou por “sentar e observar” esta corrida, conforme reportado pela Bloomberg.

A decisão de não desenvolver um smartphone dobrável estilo “flip” contrasta com a abordagem de outras grandes empresas de tecnologia que têm investido pesadamente neste formato. A Google, no entanto, já possui um dispositivo dobrável em seu portfólio, o Pixel 10 Pro Fold, que adota um formato de livro, dobrando-se horizontalmente para oferecer uma tela maior. Esta distinção ressalta a preferência da Google por um tipo específico de experiência dobrável, focada na produtividade e no consumo de mídia em uma tela expandida, em vez da portabilidade extrema oferecida pelos modelos “flip”.

A ausência da Google no segmento de “flip phones” pode ser interpretada como uma estratégia para evitar a fragmentação de recursos em um mercado ainda em evolução, ou como uma indicação de que a empresa não vê um diferencial significativo para sua marca neste formato específico. A empresa pode estar aguardando uma maior maturidade do mercado ou a identificação de uma necessidade de usuário que justifique sua entrada com uma proposta de valor única.

Tablets e o Futuro da Categoria

O desenvolvimento de uma “revisão” ou “reformulação” de tablets pela Google foi pausado. A empresa afirmou que esta interrupção se manterá até que seja possível “descobrir um futuro significativo para a categoria”. Esta declaração, feita por executivos da Google, serve como uma confirmação implícita do cancelamento do Pixel Tablet 2, um dispositivo que era aguardado por muitos entusiastas da tecnologia.

A história da Google com tablets tem sido marcada por altos e baixos. Em 2019, a empresa já havia indicado uma pausa em seus esforços com tablets, após o lançamento do Pixel Slate, que não obteve o sucesso esperado. O retorno com o Pixel Tablet original, que se destacou por sua funcionalidade de hub doméstico com uma base de carregamento, sinalizou uma nova tentativa de redefinir a utilidade do tablet no ecossistema Google. No entanto, a recente decisão de pausar o desenvolvimento de uma nova versão sugere que a Google ainda está em busca de uma proposta de valor mais robusta e diferenciada para seus tablets no mercado atual.

O mercado de tablets tem enfrentado desafios, com a linha entre laptops e smartphones se tornando cada vez mais tênue. A Google parece estar avaliando cuidadosamente como seus tablets podem se encaixar de forma mais eficaz na vida dos usuários, buscando uma identidade que vá além de um simples dispositivo de tela grande. A busca por um “futuro significativo” para a categoria implica que a empresa está explorando novas funcionalidades, integrações ou casos de uso que justifiquem um investimento renovado no desenvolvimento de hardware de tablets.

Anéis Inteligentes

Entre os dispositivos que a Google não está desenvolvendo atualmente, os anéis inteligentes foram explicitamente mencionados. Embora o mercado de wearables esteja em constante expansão, com anéis inteligentes ganhando atenção por sua discrição e capacidade de monitoramento de saúde, a Google não tem projetos em andamento nesta categoria. Esta informação foi confirmada por executivos da empresa durante as entrevistas à Bloomberg.

A decisão de não investir em anéis inteligentes no momento pode refletir uma prioridade em outras áreas de wearables, como os smartwatches, onde a Google já possui o Pixel Watch. A empresa pode estar avaliando o amadurecimento do mercado de anéis inteligentes e a demanda dos consumidores antes de considerar uma entrada. A ausência de um anel inteligente no roteiro atual da Google não exclui a possibilidade de futuras explorações, mas indica que não é uma prioridade imediata para o desenvolvimento de hardware.

Óculos Inteligentes: Uma Visão de Longo Prazo

A Google tem um histórico de provocar o público com protótipos de óculos de realidade aumentada (AR), e a categoria continua sendo uma parte importante do futuro da empresa, mesmo que a fabricação de um produto final ainda esteja “a definir” (TBD). Rick Osterloh, chefe de dispositivos da Google, afirmou que, embora a intenção seja que a categoria faça parte do futuro da empresa, ainda não há uma decisão final sobre se a própria Google irá fabricar e lançar óculos novamente.

A empresa tem apresentado repetidamente protótipos de seus óculos de AR, inclusive permitindo que alguns jornalistas os experimentassem. Essas demonstrações têm sido frequentemente realizadas em conjunto com os headsets de realidade estendida (XR) que a Google está co-desenvolvendo com a Samsung. Este foco na colaboração e no desenvolvimento de plataformas sugere uma estratégia mais ampla para a categoria de óculos inteligentes.

A Estratégia da Plataforma Android XR

A Google parece mais interessada em estabelecer o Android XR como uma plataforma robusta para outros parceiros de óculos, seguindo uma abordagem semelhante à da Meta com seus óculos inteligentes Ray-Ban. Isso significa que, em vez de ser a única fabricante de óculos inteligentes, a Google pode se concentrar em fornecer o software e a infraestrutura que permitirão a outras empresas criar seus próprios dispositivos compatíveis com o ecossistema Android.

Essa estratégia de plataforma pode acelerar a adoção da tecnologia de óculos inteligentes, permitindo que uma variedade de fabricantes inove em hardware, enquanto a Google garante a compatibilidade e a experiência de software. A colaboração com a Samsung no desenvolvimento de headsets XR é um exemplo claro dessa abordagem, visando criar um ecossistema vibrante para a realidade estendida.

Conceitos Futuros e a Interação com Smartphones

Embora a fabricação de óculos pela Google seja incerta, a Bloomberg obteve uma pista interessante sobre como eles poderiam funcionar. Osterloh e seu vice, Shakil Barkat, sugeriram em entrevista que óculos sem tela poderiam ser combinados de forma eficaz com um smartphone menor, que poderia se desdobrar para atender às necessidades de entretenimento do usuário. No entanto, essa ideia reforça a posição da Google de “sentar e observar” o mercado de telefones dobráveis estilo “Razr” por enquanto, indicando que a integração de dispositivos pode ser uma visão de longo prazo, mas não uma prioridade imediata para o hardware de smartphones dobráveis.

Este conceito de óculos “display-free” sugere uma abordagem diferente para a interação com a realidade aumentada, onde o smartphone atua como o principal centro de processamento e exibição, enquanto os óculos fornecem uma camada de informações contextuais ou interações sutis. Tal abordagem poderia mitigar alguns dos desafios de design e bateria associados a óculos com telas integradas, ao mesmo tempo em que aproveita a capacidade de processamento dos smartphones modernos.

O Legado do Google Glass e a Recepção do Mercado

A Google provavelmente hesitaria antes de anunciar novamente óculos inteligentes, dada a infame recepção do Google Glass original. O dispositivo foi amplamente considerado um dos maiores fracassos tecnológicos da década passada, enfrentando críticas por seu design, privacidade e preço. No entanto, a recepção a uma versão moderna poderia ser diferente no cenário atual, especialmente após a introdução de produtos como os óculos inteligentes Meta Ray-Ban, que demonstraram um caminho para a aceitação do consumidor por meio de um design mais discreto e funcionalidades focadas em áudio e câmera.

O mercado de wearables evoluiu significativamente desde o lançamento do Google Glass, com uma maior compreensão e aceitação de dispositivos vestíveis. A experiência da Google com o Glass original, embora desafiadora, pode ter fornecido lições valiosas sobre o que funciona e o que não funciona em termos de design, funcionalidade e aceitação social para óculos inteligentes. Uma nova iteração, se a Google decidir fabricá-la, provavelmente incorporaria essas lições para oferecer uma experiência mais alinhada com as expectativas atuais do consumidor.

Evolução do Design dos Smartphones Pixel

Além das discussões sobre novos dispositivos, a Bloomberg também abordou o futuro do design dos smartphones Pixel. Ivy Ross, chefe de design da Google, revelou que a empresa adota novas linguagens de design a cada “dois a três anos”. Esta informação sugere que uma mudança no design dos telefones Pixel pode estar próxima, dado o ciclo atual.

Os smartphones Pixel são conhecidos por seu design distinto, incluindo a proeminente barra da câmera na parte traseira. A declaração de Ross indica que a Google está constantemente avaliando e refinando a estética de seus dispositivos. Uma nova linguagem de design poderia trazer mudanças significativas na aparência dos futuros modelos Pixel, potencialmente abordando elementos como o tamanho da protuberância da câmera ou a ergonomia geral do aparelho. A expectativa por uma renovação no design reflete o compromisso da Google em manter seus produtos Pixel frescos e competitivos no mercado de smartphones.

Contexto Geral da Estratégia de Hardware do Google

As revelações da Google sobre o que ela não está desenvolvendo atualmente fornecem uma visão clara de sua estratégia de hardware. A empresa parece estar focando seus esforços em categorias onde acredita ter um diferencial competitivo forte, como seus smartphones Pixel e smartwatches, enquanto permite que parceiros explorem outros nichos de mercado. Esta abordagem permite à Google concentrar seus recursos de engenharia e design, ao mesmo tempo em que mantém uma presença no ecossistema de hardware mais amplo através de suas plataformas, como o Android e o Android XR.

A cautela em relação a tablets e a ausência em anéis inteligentes e “flip phones” demonstra uma estratégia de investimento seletivo, priorizando a qualidade e a relevância sobre a quantidade de produtos. A Google continua a ser um player fundamental no cenário tecnológico, e suas decisões de hardware moldarão não apenas seu próprio portfólio, mas também o futuro do ecossistema Android e a inovação em dispositivos conectados.

Fonte: https://www.theverge.com/news/763778/google-canceled-tablet-no-smart-ring-or-flip-phone-glasses

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