Bluesky now platform of choice for science community

CATEGORIA: Tecnologia e Ciência
DATA: 01/08/2025 – 10h00

TÍTULO: Bluesky Emerge Como Plataforma Preferencial para a Comunidade Científica
SLUG: bluesky-plataforma-preferencial-comunidade-cientifica
CONTEÚDO:

A comunidade científica tem encontrado no Bluesky uma nova plataforma de destaque para suas interações profissionais e disseminação de conhecimento. A mudança ocorre após um período de insatisfação com as alterações implementadas no antigo Twitter, agora conhecido como X, que levaram muitos pesquisadores a buscar alternativas para suas atividades de comunicação e networking.

Um dos pioneiros e defensores do engajamento científico em redes sociais foi o biólogo marinho e conservacionista David Shiffman. Ao longo de sua trajetória, Shiffman dedicou-se a capacitar mais de 2.000 cientistas em início de carreira, ensinando-os a otimizar o uso de plataformas digitais para alcançar objetivos profissionais cruciais. Entre esses objetivos, destacavam-se a construção de redes de contato com colegas, a divulgação de novas pesquisas científicas e a comunicação eficaz com o público interessado em ciência. A capacidade de compartilhar descobertas, discutir metodologias e interagir diretamente com pares e leigos era vista como um pilar fundamental para o avanço e a democratização do conhecimento científico.

A plataforma que Shiffman e muitos outros cientistas utilizavam intensamente era o Twitter. Durante o que muitos consideravam sua “era de ouro”, o Twitter oferecia um ambiente dinâmico onde informações podiam ser compartilhadas rapidamente, debates acadêmicos podiam florescer e cientistas podiam alcançar uma audiência global de maneira sem precedentes. A agilidade na troca de informações e a facilidade de acesso a uma vasta rede de especialistas transformaram a plataforma em uma ferramenta indispensável para a academia e a pesquisa.

No entanto, o cenário começou a mudar drasticamente em 2022, quando Elon Musk adquiriu o Twitter. A aquisição foi seguida por uma série de transformações significativas, incluindo a renomeação da plataforma para X. Essas mudanças não se limitaram apenas ao nome; elas se estenderam a aspectos fundamentais da operação da rede social, como seu algoritmo e suas políticas de moderação de conteúdo. Para David Shiffman, essas alterações tiveram um impacto negativo profundo, minando a utilidade e o ambiente que ele e seus colegas valorizavam. A percepção era de que a plataforma estava se tornando menos propícia para o tipo de engajamento científico sério e construtivo que havia sido cultivado por anos.

Diante desse cenário de crescente insatisfação, Shiffman iniciou uma busca ativa por uma alternativa viável. Ele explorou diversas plataformas emergentes que começaram a surgir no panorama das redes sociais, cada uma com suas próprias propostas e características. Entre as opções consideradas estavam Threads, Post, Mastodon e Bluesky. A necessidade de encontrar um novo lar digital que pudesse replicar as funcionalidades e o espírito colaborativo do Twitter em seus melhores dias tornou-se uma prioridade para ele e para muitos outros membros da comunidade científica.

Shiffman foi um dos primeiros cientistas a aderir ao Bluesky. Mesmo em seus estágios iniciais de desenvolvimento, a plataforma demonstrou possuir muitas das características que ele considerava essenciais e que haviam sido perdidas no Twitter. A estrutura do Bluesky, sua interface e a forma como as interações eram organizadas pareciam resgatar a essência da comunicação científica eficaz que ele tanto valorizava. A capacidade de controlar o feed, a transparência nas políticas e a promessa de um ambiente mais focado em conteúdo e menos em controvérsias foram fatores decisivos para sua escolha.

A percepção de Shiffman sobre os problemas no Twitter não era isolada. Ele observou que não era o único membro da comunidade científica a enfrentar dificuldades e a expressar descontentamento com as mudanças na plataforma. Essa impressão foi corroborada por uma série de reportagens e artigos publicados em veículos de prestígio no campo da ciência e da educação superior. Publicações como a revista Nature, a revista Science e o Chronicle of Higher Education documentaram as crescentes reclamações sobre o Twitter e o aumento da migração de profissionais da ciência para o Bluesky. Esses relatos jornalísticos e acadêmicos serviram para validar a tendência, mostrando que a busca por uma nova plataforma era um movimento coletivo e não apenas uma iniciativa individual.

A migração para o Bluesky, conforme notado por Shiffman e pelos veículos de imprensa, reflete uma necessidade premente da comunidade científica de manter canais abertos e eficientes para a comunicação. Em um mundo onde a disseminação rápida de informações e a colaboração global são cruciais para o avanço da pesquisa, a escolha de uma plataforma de mídia social não é trivial. Ela impacta diretamente a capacidade dos cientistas de compartilhar suas descobertas, de engajar-se em discussões críticas e de educar o público sobre questões científicas importantes. O Bluesky, ao oferecer um ambiente que resgata as qualidades valorizadas no passado, posiciona-se como um espaço promissor para o futuro do engajamento científico online.

A experiência pessoal de muitos profissionais da área espelha a trajetória de Shiffman. O autor do artigo original, por exemplo, também aderiu ao Bluesky aproximadamente na mesma época que Shiffman, motivado por razões semelhantes. A constatação de que o Twitter havia deixado de ser profissionalmente útil e a observação de que muitos dos cientistas que ele seguia estavam migrando para o Bluesky foram fatores determinantes. Em novembro de 2024, o autor optou por desativar sua conta no Twitter, consolidando a transição para a nova plataforma. Este movimento individual, replicado por inúmeros outros, sublinha a amplitude e a seriedade da mudança que está ocorrendo na forma como a ciência se comunica e interage no ambiente digital.

A ascensão do Bluesky como a plataforma de escolha para a comunidade científica não é apenas uma questão de preferência individual, mas um reflexo de uma busca coletiva por um ambiente digital que apoie e promova os valores e as necessidades da pesquisa e da educação. A capacidade de manter um diálogo robusto, compartilhar informações de forma confiável e construir redes de colaboração eficazes são elementos essenciais que o Bluesky parece estar oferecendo, preenchendo uma lacuna deixada pelas transformações em outras plataformas.

A continuidade da migração e o crescimento do engajamento científico no Bluesky indicam uma tendência duradoura. A plataforma, com sua estrutura e governança, busca oferecer um espaço mais estável e previsível para a comunicação acadêmica. A comunidade científica, por sua vez, demonstra sua adaptabilidade e sua prioridade em encontrar os melhores canais para cumprir sua missão de gerar e disseminar conhecimento.

A relevância de uma plataforma de mídia social para a ciência vai além da mera interação social. Ela se estende à capacidade de influenciar políticas públicas, de inspirar novas gerações de pesquisadores e de combater a desinformação. Nesse contexto, a escolha do Bluesky por uma parcela significativa da comunidade científica representa um voto de confiança em sua capacidade de sustentar esses objetivos cruciais no longo prazo.

O desenvolvimento contínuo do Bluesky e a forma como ele se adapta às necessidades específicas dos cientistas serão fatores determinantes para sua consolidação. A expectativa é que a plataforma continue a evoluir, incorporando funcionalidades que facilitem ainda mais a colaboração, a curadoria de conteúdo e a interação entre especialistas de diversas áreas do conhecimento. A comunidade científica, por sua vez, continuará a moldar o uso da plataforma, transformando-a em um ecossistema vibrante e produtivo para a troca de ideias e a inovação.

Este movimento de migração e a adoção do Bluesky por cientistas como David Shiffman e outros profissionais da área destacam a importância de plataformas digitais que sejam responsivas às necessidades de seus usuários e que mantenham um compromisso com a integridade da informação e a liberdade de expressão acadêmica. A busca por um ambiente digital que fomente a discussão informada e a colaboração é um imperativo para o progresso científico e para a comunicação eficaz da ciência com a sociedade.

A transição de uma plataforma consolidada para uma alternativa emergente é um processo complexo, mas a motivação por trás dessa mudança é clara: garantir que os canais de comunicação científica permaneçam abertos, eficientes e alinhados com os valores da pesquisa. O Bluesky, neste cenário, surge não apenas como uma alternativa, mas como um novo epicentro para a interação científica no ambiente digital.

A observação de que a comunidade científica está se consolidando no Bluesky é um testemunho da resiliência e da adaptabilidade dos pesquisadores em face das mudanças tecnológicas e sociais. A busca por um espaço que permita a continuidade do trabalho essencial de comunicação e colaboração é um reflexo direto da importância que a ciência atribui à disseminação aberta e acessível do conhecimento.

O futuro da comunicação científica em redes sociais parece estar se desenhando com o Bluesky no centro das atenções, oferecendo um novo capítulo para a interação entre cientistas e o público em geral, com base nos princípios de abertura, moderação eficaz e foco no conteúdo relevante.

Com informações de Ars Technica

Fonte: https://arstechnica.com/science/2025/08/more-scientists-choose-bluesky-over-twitter/

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