OTC nasal spray seemed to cut COVID infections by 67% in mid-sized trial

TÍTULO: Spray Nasal Antialérgico Demonstra Redução de 67% em Infecções por COVID-19 em Estudo Inicial
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CONTEÚDO:

Um estudo de fase intermediária revelou que o uso diário de um spray nasal antialérgico, disponível sem receita médica, pode ser eficaz na prevenção de infecções por COVID-19. Os resultados, publicados recentemente no periódico JAMA Internal Medicine, indicam uma redução promissora de 67% nas infecções. Embora os dados sejam encorajadores, os pesquisadores enfatizam a necessidade de um ensaio clínico de maior escala para confirmar essa robusta eficácia.

A pesquisa sugere que a aplicação regular do spray, que contém o anti-histamínico azelastina, pode impedir que o vírus SARS-CoV-2 se estabeleça no organismo. Essa descoberta abre caminhos para potenciais estratégias preventivas de fácil acesso, considerando que o produto já é comercializado como medicamento de venda livre em diversos países, incluindo os Estados Unidos.

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Detalhes da Metodologia do Estudo Alemão

O ensaio clínico, classificado como de Fase 2, foi conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Saarland, na Alemanha. A metodologia adotada seguiu rigorosos padrões científicos, sendo um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Essa estrutura é fundamental para minimizar vieses e garantir a confiabilidade dos resultados, pois nem os participantes nem os pesquisadores sabiam quem estava recebendo o tratamento ativo ou o placebo.

Estrutura do Ensaio Clínico

O período de realização do estudo estendeu-se de março de 2023 a julho de 2024, abrangendo um tempo suficiente para a observação dos efeitos do tratamento. A seleção dos participantes foi criteriosa, envolvendo 450 adultos saudáveis. Esses indivíduos foram divididos em dois grupos de forma aleatória, garantindo que as características demográficas e de saúde fossem equilibradas entre as partes.

Participantes e Administração do Spray

Aproximadamente metade dos participantes, totalizando 227 indivíduos, foi instruída a aplicar o spray nasal de azelastina três vezes ao dia. A azelastina é um anti-histamínico genérico, amplamente disponível no mercado. O grupo de controle, por sua vez, utilizou um spray placebo, que possuía uma composição idêntica ao produto ativo, exceto pela ausência do anti-histamínico. É importante ressaltar que ambos os grupos apresentavam perfis semelhantes em relação ao histórico de vacinação contra a COVID-19 e infecções prévias, o que contribui para a validade comparativa dos resultados.

Redução Significativa nas Infecções por SARS-CoV-2

Após um período de aproximadamente 56 dias de uso frequente dos sprays, os dados coletados revelaram uma diferença notável na incidência de infecções por SARS-CoV-2 entre os grupos. Os resultados primários do estudo indicam uma tendência positiva para o grupo que utilizou o spray de azelastina.

Análise dos Dados de Infecção

No grupo que recebeu o spray antialérgico, apenas cinco pessoas, o que corresponde a 2,2% dos participantes, contraíram uma infecção por SARS-CoV-2. Em contraste, no grupo que utilizou o placebo, 15 indivíduos, ou seja, 6,7% dos participantes, foram diagnosticados com a infecção pandêmica. Essa diferença representa uma queda de 4,5 pontos percentuais na taxa de infecção, traduzindo-se em uma redução de 67% nos casos de COVID-19. Apesar de os números absolutos de infecções serem considerados pequenos neste ensaio de fase intermediária, a proporção da redução é estatisticamente relevante e sugere um efeito protetor considerável.

Impacto na Dinâmica da Doença

Além da redução na taxa de infecção, os pesquisadores observaram outros aspectos importantes relacionados à dinâmica da doença. Os cinco indivíduos que utilizaram o spray antialérgico e contraíram COVID-19 levaram mais tempo para desenvolver a infecção em comparação com os 15 do grupo placebo. A média de tempo para a infecção no grupo da azelastina foi de 31 dias, enquanto no grupo placebo foi de 19,5 dias. Esse dado pode indicar que o spray conseguiu postergar algumas infecções decorrentes de exposições ocorridas no início do ensaio.

Adicionalmente, quando os usuários do spray antialérgico foram infectados, eles apresentaram resultados positivos em testes rápidos de antígeno por um período mais curto. A duração média de positividade foi de 3,4 dias para o grupo da azelastina, em comparação com 5,1 dias para os infectados no grupo placebo. Essa observação sugere que o spray pode ter contribuído para uma eliminação mais rápida do vírus do organismo, potencialmente diminuindo o período de transmissibilidade e a gravidade dos sintomas, embora a pesquisa não tenha focado diretamente na gravidade.

Perspectivas Futuras e a Necessidade de Confirmação

Os resultados deste ensaio de Fase 2 são promissores e abrem novas discussões sobre as estratégias de prevenção da COVID-19. No entanto, é crucial interpretar esses achados dentro do contexto de um estudo de fase intermediária, que possui um número limitado de participantes.

Limitações do Estudo de Fase 2

Os pesquisadores reiteram que, embora a eficácia observada seja robusta, os números de casos de infecção são pequenos. Isso significa que, para confirmar plenamente a eficácia e a segurança do spray nasal de azelastina como medida preventiva contra a COVID-19, será indispensável a realização de um ensaio clínico de maior porte. Um estudo de Fase 3, com um número significativamente maior de participantes, seria capaz de fornecer dados mais conclusivos e generalizáveis para a população em geral.

Potencial de Acessibilidade e Disponibilidade

A azelastina é um medicamento de venda livre em muitos mercados, o que, se sua eficácia for confirmada em estudos maiores, poderia torná-la uma ferramenta de prevenção amplamente acessível e de baixo custo. A facilidade de aquisição e uso de um spray nasal pode representar uma vantagem significativa em termos de saúde pública, complementando outras medidas preventivas já existentes, como a vacinação e o uso de máscaras. A disponibilidade de uma opção preventiva que não exige prescrição médica poderia democratizar o acesso à proteção contra o vírus, especialmente em regiões com recursos limitados ou onde o acesso a vacinas e outros tratamentos é mais restrito.

A comunidade científica aguarda com expectativa os próximos passos da pesquisa, que deverão incluir ensaios clínicos mais abrangentes para validar esses resultados iniciais. A confirmação da eficácia do spray nasal de azelastina poderia representar um avanço importante na luta contínua contra a pandemia de COVID-19, oferecendo uma nova camada de proteção para a população.

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A pesquisa atual, embora em fase inicial, adiciona uma peça valiosa ao quebra-cabeça da prevenção de doenças respiratórias virais, destacando o potencial de medicamentos já conhecidos para novas aplicações. A simplicidade e a segurança do uso do spray nasal de azelastina o tornam um candidato atraente para futuras investigações e, potencialmente, para uma ampla adoção como medida de saúde pública.

Com informações de Ars Technica

Fonte: https://arstechnica.com/health/2025/09/otc-nasal-spray-seemed-to-cut-covid-infections-by-67-in-mid-sized-trial/

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